28 de agosto de 2007

Leitores e mídia debatem o declínio da DC Comics

Aí, DCNerds!

A DC está enfrentando seríssimos problemas de popularidade com fãs e crítica lá na terra do Tio Sam. Confiram abaixo a notícia publicada hoje no Universo HQ:


DC ComicsÉ de se questionar se, pelo menos em sua história mais recente, a DC Comics esteve em tão flagrante berlinda diante de leitores e críticos especializados em quadrinhos, da forma como se encontra atualmente. E tal fato não se restringe apenas aos Estados Unidos, mas acontece também em outros países nos quais os títulos da editora são publicados.

Mas são os norte-americanos que demonstram sua insatisfação de maneira mais veemente. Um dos últimos "ataques" à DC partiu de um artigo escrito por Valerie D'Orazio no blog Occasional Superheroine. O texto repercutiu tanto que foi tema de matéria e debates em sites renomados como Newsarama e Comic Book Resources, entre outros.

Opiniões contra e a favor de seus comentários estão rendendo na internet as mais acaloradas discussões que, para o bem ou para o mal, estão fazendo da DC o assunto da vez no mercado editorial dos Estados Unidos.

Dan Didio D'Orazio, que já trabalhou como assistente na edição de títulos como Liga da Justiça e Crise de Identidade para aquela editora, enumerou diversos tópicos que explicariam o que aponta como o ocaso da DC Comics, que já vinha cometendo erros e culminou esse declínio com a maxissérie semanal Countdown.

No final das contas, tudo se converge para um único "culpado": o editor-executivo Dan Didio, que em uma recente entrevista ao Newsarama afirmou não se preocupar com o que dizem sobre ele na internet.

A articulista começa disparando que "a DC não é a Marvel", acusando a editora de copiar as características dos personagens de sua maior rival.

Crise Infinita "O segredo do sucesso da Marvel é que suas criações são, essencialmente, párias, aberrações, estranhos e desgarrados. Que tipo melhor de personagens para atrair os adolescentes?", diz D'Orazio. "Por sua vez, as sérias falhas de personalidade impostas a alguns personagens da DC no regime de Didio - como os sociopatas assassinos Maxwell Lord e Superboy; a Supergirl nada boazinha; o estuprador Dr. Luz; a antiética e cruel Dra. Leslie Thompkins e a Liga da Justiça amoral - foram sobrepostas, adicionadas artificialmente, desnecessárias".

Para a articulista, todos os últimos grandes eventos dos quadrinhos da DC foram preparados sob os motes "Eles (os super-heróis) jamais serão os mesmos e tudo que você sabe é falso". D'Orazio aproveita para tecer mais das execrações que estão se tornando comuns para a série Countdown, além de comentar que é inexplicável que a editora do Super-Homem esteja caminhando para o lançamento de uma nova e desnecessária Crise.

Nesse ponto, o crossover da Marvel Guerra Civil, que poderia ser apontado como similar à prática da DC de emendar sagas épicas imediatamente uma após a outra, é elogiado pelo fato de que levou a eventos autocontidos e restritos ao universo de seus respectivos protagonistas, como World War Hulk e Iniciativa, diferente das citadas Crises e, claro, Countdown, com muitos tie-ins e spin-offs.

Countdown "Olhando uma recente lista de lançamentos da DC, notei que a maioria dos títulos é relacionada a Countdown", escreveu D'Orazio. "Meu Deus! Isso é como se a Marvel decidisse fazer de 75% de suas HQs um spin-off de Dinastia M".

Em todos os tópicos abordados pela ex-funcionária da DC, o editor Dan Didio não escapa de acusações de incompetência. Desde a falta de projetos inovadores (os selos Minx - direcionado ao público jovem feminino - e Zuda Comics - de quadrinhos online - não seriam projetos de sua autoria) até as equivocadas seqüências de Crise nas Infinitas Terras, nenhuma realização da gestão de Didio foi poupada de desdém (o que, de certa forma, é injusto, pois há de se aceitar que a maxissérie 52 logrou sucesso de público e crítica).

Sempre voltando a Countdown, o texto afirma que o tie-in Arena, anunciado há algumas semanas, é uma tentativa desesperada de salvar as vendas da série principal.

52Ainda de acordo com o artigo, essas e outras razões ali destrinchadas, como o atraso no lançamento de algumas edições, vêm contribuindo para a queda nas vendas dos títulos da DC, que estariam quase duas vezes menores que as da Marvel.

Embora muitos possam entender, erroneamente ou não, que Valerie D'Orazio tenha algum despeito pela empresa na qual já trabalhou e está se valendo de um momento conturbado da editora para detratá-la, várias de suas abordagens merecem, no mínimo, o benefício da análise isenta.

Trazendo esses fatos para a realidade brasileira, vale mencionar a Panini Comics, que sem dúvida alguma irá lançar por aqui esse material que a DC ora publica nos Estados Unidos e é alvo de tantas queixas. Fica, então, a pergunta: as vendas, no Brasil, refletirão esse insucesso que está acontecendo lá fora?

Afinal, os leitores brasileiros já se encontram cientes do que vem por aí, graças não apenas às propagandas negativas que chegam com rapidez dos Estados Unidos, mas também à facilidade de leitura dos originais dessas HQs na internet.

Opinião DCNerd:
Em vários posts a respeito de Countdown e outras coisas relacionadas eu mencionei o fato de que a série principal era uma decisão editorial errada que reflete, e muito, nas poucas vendas que a editora vem tendo nos últimos meses. Acredito que a decisão mais correta seria uma virada de mesa astuta com relação à série para torná-la mais atraente: mundaça drástica de equipe, de rumos ou coisas do gênero. Além disso, começar a envolver revistas comuns com a série e criar pacotes de spin-offs pode ser a pior medida a se tomar no momento, pois o nome Countdown será facilmente associado a uma série ruim. Torço pra que Dan DiDio não se deixe levar por idéias que não funcionem tão bem em prática e comece a dar rumos melhores para a editora, ou ele estará correndo risco de perder seu cargo. Ou pior ainda: estaremos correndo o risco de termos muito menos títulos da editora nos próximos anos.

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