Há um bom tempo que eu estava pensando em qual seria um assunto interessante para a coluna DC Especial, que já não era atualizada desde setembro. Quando soube que a Pixel iria lançar este especial nas bancas brasileiras, uma luz acendeu instantaneamente em minha mente. Este era o assunto perfeito para um novo post e aqui está!O Grupo
Para os marinheiros de primeira viagem, Planety é uma série criada pelo escritor Warren Ellis e pelo desenhista John Cassaday em 1998 para o universo Wildstorm, de Jim Lee, que hoje é um dos selos da DC Comics. Ellis sem dúvida tem uma mente extremamente criativa para o mundo dos quadrinhos, e soube explorar bem sua criação. O Planetary é uma organização que se auto-denomina Arqueólogos do Impossível, cuja pricipal função é buscar os grandes segredos do mundo. Ela foi fundada pelo Quarto Homem, que diz-se ser alguém entre Adolf Hitler e Bill Gates. Além dele, os grandes personagens do grupo são:
- Jakita Wagner: uma guerreira forte, rápida e quase invulnarável;
- O Baterista: pode detectar e manipular linhas de informação, tais como eletroeletrônios e computadores;
- Elijah Snow: sua habilidades foram descritas por Jakita como "subtração de calor". Elijah pode congelar substâncias e manipular a própria temperatura à sua voltaO Crossover
A idéia por trás deste encontro era não fazer com que o Planetary simplesmente se encontrasse com o Batman, mas sim com suas diversas formas que se alteraram através das décadas fazendo com que a revista fosse uma grande homenagem ao personagem favorito da DC Comics.
O Planetary começa a investigar uma série de assassinatos em universos paralelos ao deles, e esses crimes estão acontecendo em Gotham City, ou melhor, na Gotham City do universo do Planetary. O grupo então consegue encontrar o assasino e a perseguição tem início. O que eles não esperavam é que o perseguido tem o poder de alterar a percepção da realidade ao seu redor, fazendo viagens no espaço/tempo através de um portal. E ainda pior: a cada nova mudança de lugar, eles revisitavam uma Gotham City de uma determinada época e em todas, o Batman estava presente em uma versão diferente.
Com uma premissa simples assim, a história de 48 páginas é um prato cheio para fãs do Batman, fãs do Planetary ou simplesmente fãs de uma boa leitura. Temos o prazer de ver o velho Batman de Bob Kane, o Batman da série dos anos 60 (essa aparição é simplesmente impagável), da versão de Denny O'Neil e Neal Adams e o sombrio e definitivo Batman do Cavaleiro das Trevas. Além das referêcias ao personagem, são colocadas em nossa frente várias referências das próprias mudanças pelas quais o Univeso DC passou em todas essas décadas, até a própria Crise nas Infinitas Terras.
Mais do que isso, Ellis é realmente um maestro quando se fala de referências. A própria série do Planetary é um show de referências a todo o univeso de quadrinhos americanos e o escritor conseguiu não só escrever um bom crossover, mas também uma ótima história do Planetary com a participação do Batman. E o desenhista John Cassay não fica atrás. O homem do pincel tem uma arte refinadíssima (que foi realçada no formato 20,2cm x 29cm da editora Pixel) e conseguiu reproduzir de forma estupenda os traços dos desenhistas homenageados nessa edição, além dos próprios desenhos do Planetary que sempre são belas imagens para os olhos.
A Pixel mais uma vez acerta numa escolha de especial. Planetary/Batman é uma ótima revista, que teve um formato merecido para realce da qualidade gráfica e por um preço acessível. Uma pena a editora não ter aproveitado para colocar algumas páginas a mais com um glossário das referências feitas no decorrer da história, mas, mesmo assim, nota 10 é pouco para este lançamento. Portanto, não perca tempo. Garanta já sua edição antes que você fique sem =D
1 de dezembro de 2007
DC Especial 2 - Planetary/Batman - Noite na Terra
Postado por
fmorcelli
às
12:04
0
balbucios
Marcadores: DC Especial, News
22 de setembro de 2007
DC Especial 1 - Brad Meltzer
Aí, DCNerds!
Neste mesmo mês de setembro, há dois anos atrás, era lançada no Brasil a primeira edição de Crise de Identidade do autor Brad Meltzer. E agora, dois anos depois, o mesmo revolucionário autor está de volta na nova versão da Liga da Justiça da América.
Resolvi fazer um texto simples falando um pouco da carreira do autor e de suas obras para a DC Comics.
"Era uma vez um garoto de 7 anos que adorava super-heróis. Seu pai, conhecendo a excitação do pimpolho quando via pessoas fantasias e super poderosas na TV, resolveu dar um presente que o garoto nunca havia ganhado na vida: uma revista em quadrinhos.
O garoto cresceu, mas continuou acompanhando seus heróis favoritos na medida do possível. Agora adolescente, pensava em cursar direito, e o fez. Pensou em ser romancista, e o fez. Hoje o garoto tem 37 anos, 6 livros lançados e teve oportunidade de escrever historias para seus personagens favoritos. Além disso, foi o único escritor da história a ter uma HQ em primeiro lugar de vendas ao mesmo tempo em que tinha um livro em primeiro lugar de vendas no jornal The New York Times. Seu nome? Brad Meltzer.
Neste mês, setembro de 2007, completa-se 2 anos do início publicação aqui no Brasil da série que mudou para sempre a maneira de se ler quadrinhos. Crise de Identidade marcou não só os leitores mais aficionados, mas também aqueles leitores recorrentes ou mesmo aqueles que nem se interessam por quadrinhos. Brad Meltzer mostrou a face humana, real e crua dos heróis e como, nem sempre, eles podem ser realmente heróis.
Mas vamos nos ater à ordem real dos acontecimentos. Antes de Crise de Identidade, veio um especialista em arco e flecha. Judd Winick, amigo de Brad, o apresentou a Dan DiDio e Paul Levitz, os chefões da DC Comics. Uma coisa levou a outra e Brad foi convidado par escrever um arco de histórias do Arqueiro Verde, que acabara de voltar dos mortos e estava numa ótima fase escrita pelo super nerd Kevin Smith. A responsabilidade era grande, mas Brad escreveu. E como escreveu. Considerada por muitos fãs como a melhor história do personagem, “A Busca” e um show de referências da carreira do personagem, com uma narrativa empolgante, emocionante e por vezes cômica, como deveria ser. Vemos a velha caminhonete usada por Oliver e Hal Jordan quando ambos saíram pelo país para ver a dura realidade da sociedade pobre, seus inúmeros veículos que mais pareciam imitações dos apetrechos de um certo Morcego e muito mais. Foi publicada no Brasil em DC Especial #1, da Panini Comics em 2004, pelo valor de capa de R$ 9,90.
[Confira aqui a resenha de DC Especial 1 pelo Universo HQ]
E então veio a Crise. A DC estava planejando há tempos uma reviravolta com seus personagens, e esse era o momento certo de começar. Eles tinham tudo nas mãos. Os personagens corretos, a vontade de iniciar uma revolução, e um roteirista que mal entrara no mercado e já era muito aclamado. Crise de Identidade mudou pra sempre o UDC. Se antes os heróis eram vistos como seres gloriosos, intocáveis e perfeitos, agora não passavam de humanos, por vezes egoístas e mesquinhos, cheios de erros e segredos escondidos debaixo do tapete. Nela, a esposa de Ralph Dibny, o Homem-Elástico, é assassinada de maneira brutal e é simplesmente impossível encontrar alguma pista que leve ao culpado. Mas alguns heróis têm um segredo: no passado Sue Dibny já havia sido atacada: foi estuprada pelo Dr Luz, e ele se torna o principal suspeito do assassinato.
“Os mistérios de CRISE DE IDENTIDADE envolve os maiores heróis da DC e use toda a habilidade do Sr. Meltzer como escritor e romancista” disse o The New York Times. “Os traços naturalistas de Morales mostram que os personagens não se perderam no tempo e são incrivelmente humanos” disse o Washington Post.
Lançada inicialmente em 7 partes mensais nos EUA, a série chegou aqui no mesmo formato, e foi um sucesso. A versão encadernada já foi lançada nos EUA e acaba de ser lançada pela Panini também, em capa dura e capa cartonada.
[Clique aqui para ler a resenha da primeira edição da série pelo Universo HQ]E Brad ainda tinha mais a mostrar, e também a provar, para seus colegas de trabalho e seus fãs. Mais ainda, para si mesmo. A ele seria dada a nova versão da Liga da Justiça da América, seu grupo favorito, agora pós-Crise Infinita. E assim como das outras duas vezes, Brad escreveu. E com a ajuda do brasileiro Ed Benes, fez o que é considerada a melhor revista DC de 2006 e 2007. Foram 12 edições memoráveis, cheias de referências à Era de Prata, que marcou a volta da Sala de Justiça, do Tornado Vermelho e muitas outras coisas para nenhum fã da editora botar defeito.
E Brad afastou-se dos quadrinhos, pelo menos por enquanto. Sua versão da LJA acabou mês passado nos EUA e está começando agora no Brasil na revista mensal Liga da Justiça da Panini Comics. Só podemos torcer para que o genial escritor volte para as histórias em quadrinhos e ainda faça muitas histórias memoráveis para nós, fãs sedentos por boas histórias numa época em que existem tantas histórias descartáveis.
A propósito. O presente que o garoto de 7 anos ganhara era a revista Justice League of America #150, na qual o Homem-Elástico salvava o grupo de um terrível destino, além de haver um flashback com o Dr. Luz. Desnecessário dizer o quanto esta revista mudou a vida do pequeno Brad."
Postado por
fmorcelli
às
15:28
0
balbucios
Marcadores: DC Especial