11 de janeiro de 2008

Lá nos EUA 6 - Green Arrow/Black Canary 4


Após um longo período de férias devido aos feriados de finais de ano, estamos de volta com a coluna (que agora volta ser semanal) Lá nos EUA.

A revista escolhida para este review foi Green Arrow/Black Canary 4, lançada há dois dias nos EUA, a qual tive oportunidade de pôr as mãos e ler com muito prazer. Judd Winick é controverso, não está entre os melhores escritores de quadrinhos atuais, mas também não está entre os piores. É um escritor regular, que consegue alcançar a emoção dos leitores em alguns casos. Essa edição, sem dúvida, trouxe muitas dessas emoções à tona, porém com uma idéia reciclada.

Para quem não acompanhava a nova revista de Oliver Queen, aqui vai um pequeno e objetivo resumo do que vem ocorrendo nos últimos meses:

Ollie e Dinah casaram-se, mas não totalmente. Dinah e "Ollie" brigaram na noite de núpcias, quando a já citada esposa foi obrigada a matar o marido que tentou acabar com sua vida. Confuso? Pois bem, o Olliver Queen em questão não passava de um transmrfo, enquanto o verdadeiro estava em Themyscera, capturado pelas amazonas (ligação com a fracassada saga Amazon Attacks). Mia, Connor e Dinah partem em busca dele e após duras batalhas com as amazonas, eles conseguem tomar Ollie de volta e sair da Ilha Paraíso.
Ao final da terceira edição da revista, na saída da Ilha, Connor é alvejado no peito, de uma bala que veio do céu. Após esse pequeno resumo fica fácil entender o que ocorre nesta edição. Após ter sido baleado, Connor precisava de cuidados urgentes e Oliver apelou para a única saída que tinha naquele momento: gritar por Clark Kent. Ao ouvir, Kent socorreu Connor e o levou para o hospital mais próximo, voltando depois para levar os Oliver e os outros para lá.

Todos os heróis disponíveis partem para o hospital para primeiro darem seu apoio à Oliver e então saírem em busca de quem deu o tiro. Hal Jordan chega ao local e inicia-se a operação em Connor, com sua ajuda e a de seu anel, para que seja feito o possível pelo garoto. A partir deste momento Winick faz uso de suas qualidades com histórias emotivas e atinge o clímax emocional deste arco mostrando diálogos sinceros que por vezes parecem reais e não apenas balões em quadrinhos. No momento em que Oliver diz a Dinah que jamais teve a chance de contar a Connor que sabia de sua existência desde que nasceu, procurou por ele por muito tempo e desistiu de fazê-lo após ter conhecido Roy, Mia faz uma revelação bombástica: Connor já sabia de tudo. Connor já tinha visto a foto em que Oliver o segurava nos braços quando bebê.

Horas se passam, até que Hal deixa a sala de cirurgia. Connor está bem, coração batendo, respiração ok... mas a bala que o atingiu possuía uma toxina que se espalhou rapidamente pela corrente sangüínea do garoto. Ele teve morte cerebral. Oliver invade loucamente a sala de cirurgia e segura a mão de seu único filho.

Sem dúvida, é uma história muito bonita, que faz um retrospecto rápido e interessante do reinício da cronologia do Arqueiro, catapultada por Kevin Smith. E é aí que mora o problema desta edição. Para quem acompanha a revista do herói desde seu primeiro número escrito por Smith, sabe que Connor já sofreu antes e Oliver também ja ficou ao seu lado no hospital. Winick, mesmo com todas as suas qualidades, nada mais fez do que reciclar uma história famosa por um escritor adorado pelos fãs e crítica, e que infelizmente ele não consegue ter o mesmo impacto.

De qualquer forma, Winick consegue fazer um bom trabalho com o Arqueiro Verde. Apesar de alguns deslizes, o escritor conseguiu e ainda consegue manter o herói entre os mais legais, divertidos e descompromissados de se acompanhar no Universo DC. Só não pode querer reciclar idéias já utlizadas há pouco tempo. Se a criatividade acabou, talvez seja hora de repensar seu trabalho com o personagem ou ceder o banquinho para um novo roteirista.

Nota 6,5

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